Os vícios de linguagem são introduzidos na fala do dia a dia muitas vezes de forma não intencional. Uma condição que pode ocorrer pela falta de conhecimento, nervosismo ou pela comodidade e facilidade de pronúncia de determinadas palavras.
São aplicados na fala ou na escrita, impactando a interpretação ou compreensão do interlocutor. Para garantir o uso correto das construções linguísticas e evitar contratempos é fundamental conhecer esses vícios.
Que tal saber se você pratica algum vício de linguagem e como corrigir o problema? Continue lendo para entender o que são esses vícios, quais são os principais e como eles impactam na comunicação!
O que são vícios de linguagem?
São desvios e expressões, faladas ou escritas de modo não intencional, que ferem a norma culta e as construções linguísticas do idioma. Quando empregados podem ocasionar problemas e ruídos na comunicação, prejudicando o entendimento.
Quais são os principais vícios de linguagem?
Os vícios de linguagem estão presentes em diversos contextos, sendo muitos deles uma sucessão cultural de repetições repassadas entre as gerações. Por desconhecimento ou falta de atenção, muitos não percebem e continuam cometendo o mesmo erro.
Depois de saber quais são os vícios de linguagem mais comuns e entender sua aplicação por meio de exemplos é possível reduzir e até eliminar essas expressões do vocabulário. Para isso, fizemos uma lista dos principais!
Solecismo
O erro de sintaxe na combinação das palavras ou construção de trechos de frases é chamado solecismo. Pode ser um erro de:
- regência: “Hoje vou na aula do cursinho preparatório”, quando o certo é “Hoje vou à aula do cursinho preparatório”;
- colocação: “Me diga quais são as aulas de hoje”, quando o certo é “Diga-me quais são as aulas de hoje”;
- colocação: “Me diga quais são as aulas de hoje”, quando o certo é “Diga-me quais são as aulas de hoje”;
- concordância: “O professor disse que só falta dois meses para encerramento do semestre”, quando o certo é “O professor disse que só faltam dois meses para encerrar o semestre”.
Barbarismo
Refere-se aos vícios que envolvem o erro no uso de uma palavras e que estão relacionados à fonética – som e pronúncia; morfologia – ortografia e flexões; semântica – sentidos e significados. Veja os exemplos:
- fonética: “adevogado”, quando o certo é “advogado”;
- morfologia: “degrais”, quando o certo é “degraus”;
- semântica: palavras com pronúncia igual, mas grafia e significado e sentido diferentes, como “Sessão (de cinema), seção (de supermercado), cessão (de ato de ceder a algo)”.
Estrangeirismo
O estrangeirismo se caracteriza pelo uso de expressões, palavras ou construções próprias de idiomas estrangeiros, mas incorporadas erradamente à língua portuguesa.
Exemplos:
“Vi no outdoor o anúncio do período de matrícula”
“Fiz uma make linda para o casamento”
“Atenção, boys e girls, vamos iniciar a atividade de hoje”
Pleonasmo vicioso
Um dos vícios de linguagem mais populares, o pleonasmo, é o uso de termos redundantes, que dão um sentido repetido à mensagem que se deseja transmitir. Veja exemplos:
“Vou descer para baixo porque está muito calor aqui em cima”
“Está muito frio aqui fora, por isso vou entrar para dentro”
“As aulas matutinas da manhã, são as melhores”
Ambiguidade
Quando as palavras e expressões têm sentido duplo dentro de uma mensagem, por falta de uma construção frasal adequada.
Exemplo:
“A tia do João entrou com a sua bicicleta em casa” (a bicicleta é da tia ou do João?)
Cacofonia
A sequência de duas palavras pode gerar um som por vezes inadequado, constrangedor ou indesejado.
“Ela nunca gostou de mim”
“Ele deu um beijo na boca dela”
“Ela tinha cabelos dourados”
“Todos colocaram a culpa nela”
Eco
É o caso para a repetição não intencional dos sons que gera rimas capazes de interferir na qualidade do discurso.
Exemplo:
“A promoção causou emoção e comoção entre os participantes”
“A maturidade está ligada à responsabilidade e capacidade de resolver problemas”
Arcaísmo
Alguns vocábulos ou construções estão em desuso e insistir na aplicação vai contra a norma culta da língua portuguesa, na atualidade.
Veja alguns exemplos:
“Vossa Mercê”
“Quiçá”
“Por obséquio”
“Doravante”
“Obstante”
Como evitar vícios de linguagem?
A melhor forma de se ver livre dos vícios de linguagem é saber que eles existem e conhecer os que mais impactam na fala, na comunicação e na transmissão de uma mensagem. O autoconhecimento associado ao entendimento do que é permitido ou não na norma culta ajuda a reeducar a fala.
Tome cuidado com o uso de palavras estrangeiras, a menos que você esteja conversando no idioma de origem da palavra. A leitura e estudo gramatical são aliados para ajudar você a não cair na armadilha dos vícios de linguagem e prejudicar a comunicação.
Como os vícios de linguagem impactam na comunicação?
O uso de palavras e expressões em um português correto, chama a atenção e abre portas, em qualquer tipo de ambiente. A comunicação é essencial durante a graduação, por exemplo, em que você terá que falar em público para apresentar trabalhos e concluir o curso.
Não é diferente na vida adulta e profissional, na interação diária com pessoas de diversos perfis e níveis de intelecto. Dependendo do vício, o discurso e a mensagem estarão comprometidos e seu interlocutor terá dificuldades de compreender sua fala.
Isso não quer dizer que é preciso utilizar palavras rebuscadas ou os tempos verbais com grande formalidade. O ideal é usar a língua de acordo com cada situação, porém, sem deixar de lado as regras gramaticais ou recorrer aos vícios que “sujam” e em nada colaboram.
Os vícios de linguagem são erros que podem e devem ser eliminados para garantir uma comunicação fluida e compreensível. A língua portuguesa é uma das mais belas do mundo e merece um tempo de dedicação para que você saiba explorar ao máximo os seus recursos.
Gostou do post? Então, aproveite e leia mais um conteúdo, dessa vez para entender o que é escuta ativa e a importância dessa habilidade para uma boa comunicação!
Outras dúvidas sobre vícios de linguagem que podem te ajudar:
O que é cacofonia?
É a sequência de duas palavras que pode gerar um som inadequado, constrangedor ou indesejado como “Ele deu um beijo na boca dela”.
O que é solecismo?
O erro de sintaxe na combinação das palavras ou construção de trechos de frases que pode ser por Regência, Colocação ou Concordância.
O que é vulgarismo?
É o uso de expressões desenquadradas da norma culta como “Acabo a brincadera” quando o certo é “Acabou a brincadeira”.